terça-feira, 8 de novembro de 2011

Luiz da Rocha - Gaia Scienza - óleo/tela - 2005

Um passo para trás. Vila Nova de Gaia 2005. Um atelier que ocupei durante 8 meses. Actividade intensa e agradável, que finalizei com uma série de quadros longos e estreitos, em posição horizontal, para pintar energicamente o mar visto do Restaurante Ourigo, aonde ia todos os dias após o dia de actividade no atelier de Gaia, para beber um aperitivo e encontrar os amigos, sobretudo o Ricardo Morgado e o Dominique Lopes , que foram sempre de alegre companhia.. Lá instalava-me numa mesa junto às janelas e podia contemplar o oceano, e desfrutar de um espanto todos os finais de dia. As três estações deram-me a oportunidade de bem apreciar as variações do por do sol. Barcos e cargueiros, por vezes um ou outro veleiro, um paquete, por lá desfilavam e pontuavam o horizonte. Então um belo dia rompi com os meus hábitos de factura e pus-me a pintar essa série, quase naturalista, algo expressionista, como um homenagem a um lugar que marcou definitivamente a minha alma.
O quadro acima é da série “Gaia scienza”. Nada de mais natural que em Gaia, realize quadros em referência ao lugar e a um dos meus livros favoritos, a “Gaia scienza” de Nietzsche. Foi uma série notável, um prazer intenso ao fazê-los. Esgotado o veio, nada de mais natural que aventurar –me numa factura invocativa de tantos meses de alegria. Escrevo isto, num recuo necessário para afirmar a nova veia que formalmente nada tem a ver com estas séries. No entanto a forma não é o estilo e é no estado de espírito que invisto e aí decerto para quem tem olhos para ver, o estilo surge na dimensão que é explícita à arte. É essa a minha aposta, como sempre o foi.



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