domingo, 6 de novembro de 2011

Desejenhar é como bailar

Luiz da Rocha - Monotype 1997- Atelier René Tazé -Paris



Hoje fui dar uma vista de olhos ao fundo das gavetas e escolhi este monótipo de dimensões muito reduzidas 12x8cm, nem mais nem menos. Vou retomar o tema e adaptá-lo às técnicas que desenvolvi nestes últimos tempos, em que me reconcilio com a minha prática na área da pintura. Após um período muito longo de desânimo ou de cepticismo, acabei por ser de novo atraído pelo baile das cores, considerando o preto e branco como cor; é melhor redizê-lo do que esquecê-lo. Baile e dança é algo que aprecio muito, desenhar, pintar, recortar, colar, construir, é um baile sem falha e sem fatiga que pode durar horas a fio. Para pintar e desenhar é preciso dançar e bem dançar, Nada de atropelos, nem de espasmos. Ouvir a melodia de olhos fechados e seguir a onda. Por isso agora nomeio a minha prática de desejenho, que como é patente, é a contracção de desenho e desejo. Desejo de Luz, de mais Luz. Ainda e sempre Luz, que é Música e mais Música, para continuar sem parar, a dançar. Uma obra é uma sala de baile. É então que os olhos voltam a abrir-se para sorrir à existência. Sorriso de olhos, sorriso que é Arte.


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