domingo, 27 de novembro de 2011

Navegar é agradável





Navegações de domingo. Revisto e corrigido. Foi assim que denominei, no círculo infernal dos autistas que é o FB, esta charada muito simples.
Desenho revisto e corrigido. Tenho outras versões em estudo para serem executadas.
Fico-me pelo mais imediato e simples, numa quase ilustração de uma história para inventar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011



Aterrou em qualquer lugar do planeta e não saberei dizer aonde. 
Parece que alguns mais destes sujeitos post-contemporâneos. 
Ainda bem, pois tudo começou desde há mais de um século a ser excessivamente especulativo e parece que estes sujeitos até não se reivindicam como artistas. 
Fazem e fazem e depois andam e andam e desaparecem para voltar a aparecer. 
Para acolá e aquém.
Para além da arte.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Viana do Castelo





A raiz da música, ainda por lá anda.
E.
Vem de muito longe.
E.
Aproxima-nos daquilo que parece longínquo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Troika debruça-se




Parece com a "Lição de anatomia" de Rembrandt, mas não é.
É a Troika que despedaça um corpo, para preparar um repasto. É assim mesmo, sem metáfora.

sábado, 19 de novembro de 2011

Um Fado


Pois é. A menina encantadora, acolhe nos seus braços, um Fado.
Fala-se muitas vezes das Fadas que nós encontramos, mas parece que não se liga muito aos Fados. Bom! Os Fados são muito mais raros e muito mais pequenos que as Fadas, talvez que seja uma das razões que nos leva a ignorá-los porque não reparamos neles. Além do mais, as Fadas, aparecem envolvidas duma luz intensa.
Ouvi portanto dizer, que o Fado foi classificado património mundial pela UNESCO.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A cabeça no circo.


Mais uma Estrela Ascendente. Não! Não...nada de "cadente", pois neste exercício, é por simpatia pela elevação que se faz obra.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O melhor amigo do homem



Aqui está a estátua que se devia impor em todo o lugar público em homenagem ao melhor amigo da mulher e do homem.
Leitões, orelhas, pézinhos, salpicões, chouriços, lombos, feveras e por ai fora sem restrições. E afuguentam uma certa espécie de vampiros, desses que querem impor a sua dominação sobre o mundo; oprimem mulheres, perseguem os que não se submetem, fogem aos cães, e prosternam-se 5 vezes por dia. O Bacorinho é realmente um animal útil. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011





Um desses lugares no Alto-Minho, 
que pode de novo nos transportar até ao seio da nossa terra. 
Pousar enfim no concreto extase.

domingo, 13 de novembro de 2011

Paris Couto - Fillettes Afife 


Fortuitamente, uma fotografia. Esta foi tirada em Afife. Nunca fiz fotografias com intuito de composição. Acontece; são sempre instantâneos, por vezes consigo alguns bem-sucedidos. Como se algo viesse despertar-me, provocar-me e então encontro-me a metralhar. Evito fotografar poses, mas sim fotografar por surpresa, sem contar nem economizar a quantidade de fotografias.
Integrei esse método, após ter acompanhado durante um certo tempo, em 1971, o fotógrafo japonês Yokoyama. Rapidez e alerta para toda a ocasião que se apresente, noite e dia, cair do dia e cair da noite. Fulgurância que me agradou e que adoptei.

sábado, 12 de novembro de 2011

Luiz da Rocha - Christophe desenha - Afife

Olhar bem. Bem observar. 
É assim que a Arte pode surgir, ou só surgiria uma dessas criaturas de lenda? A Arte desenvolve lendas ?
Uma lenda na areia. A areia das lendas. Tantos grãos de areia como lendas que foram, são e serão? 
Também havia contos ao serão. Mas isso era noutra era.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Luiz da Rocha - Shooting Star #2 Serie


Se os cogumelos têm um espíritozinho, os cogumelos raros proporcionam espíritozinhos muito simpáticos e agradáveis. Aqui está um cogumelo raríssimo com uma espíritozinha acolhedora, creio eu. Ou será que não?

Esta série propõe, figuras do âmbito do mundo feérico, para aprender a vislumbrar o sobrenatural, uma etapa, possível para poder ver algo de mais elevado. 

É verdade que estas obras parecem simples, mas na realidade, resultam de mais de 40 anos do meu labor nas artes, observação da vida, educação da visão e despojamento dos condicionamentos escolares, académicos e institucionais. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011




Plena expansão da descoberta das dobragens, como se cada dia fosse a infância do mundo. Cada dia pode ser criança da vida. Cada dia oferece um Reino.





quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Luiz da Rocha - Shooting Stars



Enfim, já comecei a compor a segunda série das "Shooting Stars". Preferi o nome da série em inglês, pois que em português, estrelas cadentes soava negativamente; Cedente - decadente, cai, queda. Ora o meu intuito é de ascender, Estrelas Ascendentes, poderia ser o nome genérico desta série.
São obras muito frágeis e delicadas. como o são as Estrelas Ascendentes. Fazer um voto, que é algo de que nos torna vulneráveis, um voto é um desejo e um desejo por meio de muitos outros desejos, torna-nos frágeis, ou se for sempre o mesmo, torna-nos maníacos. É por isso que é importante desejar e ser vulnerável, o que pode muito bem comportar, construção do nosso ser, descoberta, investigação, conhecimento, crescimento. Crescer faz doer. Sempre as dores desde o berço até à morte. Crescer faz doer. Pode ser que a dor seja o efeito da passagem da seiva, dum sangue cósmico, intensamente presente, terreno, pois é o sítio   a que nos habituamos envolvido na Via Láctea.
Esta peça, potencializa uma lenda, um conto. Prefiro lendas a contos ou contos que são lendas. Lenda é acto que estimula, é língua do despertar. A história se é levada a sério, exclui-nos da existência, aliena-nos da nossa dignidade. É só derrotas e ressentimentos. A Arte post-contemporânea, forma-se de na lenda e não na história. Se a arte existe, ela é lenda, só assim a podemos apreciar, acompanhar, entender, ver.
É mais razoável, concreto e viável ter nos nossos braços uma sereia, do que a certeza de um abraço amigável. 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Luiz da Rocha - Gaia Scienza - óleo/tela - 2005

Um passo para trás. Vila Nova de Gaia 2005. Um atelier que ocupei durante 8 meses. Actividade intensa e agradável, que finalizei com uma série de quadros longos e estreitos, em posição horizontal, para pintar energicamente o mar visto do Restaurante Ourigo, aonde ia todos os dias após o dia de actividade no atelier de Gaia, para beber um aperitivo e encontrar os amigos, sobretudo o Ricardo Morgado e o Dominique Lopes , que foram sempre de alegre companhia.. Lá instalava-me numa mesa junto às janelas e podia contemplar o oceano, e desfrutar de um espanto todos os finais de dia. As três estações deram-me a oportunidade de bem apreciar as variações do por do sol. Barcos e cargueiros, por vezes um ou outro veleiro, um paquete, por lá desfilavam e pontuavam o horizonte. Então um belo dia rompi com os meus hábitos de factura e pus-me a pintar essa série, quase naturalista, algo expressionista, como um homenagem a um lugar que marcou definitivamente a minha alma.
O quadro acima é da série “Gaia scienza”. Nada de mais natural que em Gaia, realize quadros em referência ao lugar e a um dos meus livros favoritos, a “Gaia scienza” de Nietzsche. Foi uma série notável, um prazer intenso ao fazê-los. Esgotado o veio, nada de mais natural que aventurar –me numa factura invocativa de tantos meses de alegria. Escrevo isto, num recuo necessário para afirmar a nova veia que formalmente nada tem a ver com estas séries. No entanto a forma não é o estilo e é no estado de espírito que invisto e aí decerto para quem tem olhos para ver, o estilo surge na dimensão que é explícita à arte. É essa a minha aposta, como sempre o foi.



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Luiz da Rocha - "A caminho das ilhas Felizes"- Aquarela - 2011


Um modo de espantar, afastar o totalitarismo niilista que se vai aos poucos e poucos instalando, é precisamente, a maneira de anunciar (e não denunciar), a Alegria, a Serenidade, a Liberdade, a Criatividade, a Luz, a Dignidade do Ser Humano, o seu direito à Vida, à liberdade de escolha e de movimento. Uma música suave, uma possibilidade de Arte sem concorrência e rivalidade, mas com exigência, muita exigência, tentando desse modo atingir uma Harmonia secular que parece estar obstruída nestes últimos decénios, por um conjunto muito poderoso de redes internacionais de cultura, que se observarmos bem e reflectirmos um pouco, deparamos com uma espécie de sombra, da conquista do Extremo Capitalismo Financeiro. É tão simples, como isso, o resto é especulação fala-barato e vazia de sentido, pois que não vai além dum niilismo tóxico. Pleonasmo, pois que o niilismo é abismo e não conduz a nenhum sítio.


domingo, 6 de novembro de 2011

Desejenhar é como bailar

Luiz da Rocha - Monotype 1997- Atelier René Tazé -Paris



Hoje fui dar uma vista de olhos ao fundo das gavetas e escolhi este monótipo de dimensões muito reduzidas 12x8cm, nem mais nem menos. Vou retomar o tema e adaptá-lo às técnicas que desenvolvi nestes últimos tempos, em que me reconcilio com a minha prática na área da pintura. Após um período muito longo de desânimo ou de cepticismo, acabei por ser de novo atraído pelo baile das cores, considerando o preto e branco como cor; é melhor redizê-lo do que esquecê-lo. Baile e dança é algo que aprecio muito, desenhar, pintar, recortar, colar, construir, é um baile sem falha e sem fatiga que pode durar horas a fio. Para pintar e desenhar é preciso dançar e bem dançar, Nada de atropelos, nem de espasmos. Ouvir a melodia de olhos fechados e seguir a onda. Por isso agora nomeio a minha prática de desejenho, que como é patente, é a contracção de desenho e desejo. Desejo de Luz, de mais Luz. Ainda e sempre Luz, que é Música e mais Música, para continuar sem parar, a dançar. Uma obra é uma sala de baile. É então que os olhos voltam a abrir-se para sorrir à existência. Sorriso de olhos, sorriso que é Arte.


sábado, 5 de novembro de 2011

Confusão e criação.

A confusão, o desperdício, a desordem, são como a sombra da criatividade. O que aparece de novo neste século, ou melhor, nestes últimos 50 anos é a extraordinária potencialidade criativa à qual muitos seres são convidados. Claro está, que bastantes pessoas confundem criatividade, com expressão das suas pulsões ou ideias, é um pouco como confundir “o barulho de uma cadeira que cai pelas escadas abaixo” (1), com um som harmonioso duma flauta, dum piano, dum saxofone bem dominados. A expressão das suas pulsões como arte, não vai mais além da fascinação de um campo cheio de lixo e de destroços. É um desses sofismos que por aí circulam, que aponta um caixote de lixeira como uma potencialidade artística. O discernimento entre arte e expressões, não é inteligível se não existe escuta. Acontece que o valor mercantil, passa desde há mais de 40 anos por um critério de valor estético. Tal como no campo da especulação financeira, pode-se manipular virtualidades como valores lucrativos.
Nesta idade de dominante financeira, algo que coloca a transcendência como primeiro passo da criatividade passa por uma aberração, um anacronismo, desde então as expressões e as ideias podem servir facilmente de valores especulativos, visto ser o materialismo consumista, que domina a maioria das relações entre indivíduos.  As ditas “expressões” procedem habitualmente segundo manifestos ou/e autismos discursivos - tagarelice. Quer dizer: na expressão, nas ideias não existe sincronia com o Mistério da Vida, pois entram num circuito fechado supostamente intimista, condicionados por doutrinas niilistas, psicanalises, por toda essa intoxicação mental que se denomina desconstrução, pois que e tentam e conseguem impor-se como totalidade, condição básica de sobrevivência em coordenação com a finalidade especulativa financeira. Por outros termos: o niilismo desconstrutivo é o manifesto da economia parasitária dum capitalismo mundialista mórbido.
Cultivar, angústias, fobias e identificações ávidas, estatutos, dos quais o de artista parece ser relevante, sobretudo por ser um saco aonde se pode esconder tudo e mais ainda. Um conto das 1001 noites conta o caso de dois mercadores que se disputam um saco, cada um enumera o que lá tem dentro; há caroços de damascos e azeitonas, frascos de perfume, camelos e caravanas, odaliscas muito sensuais, escravos negros e pardais e muito mais. Claro que os dois fazem batota. Assim é a expressão de si próprio, só que esta das 1001 noites é engraçada e marota, enquanto a batota inevitável das expressões e ideias, é triste, mas tão triste…
Por outro lado a criatividade, não reivindica e corre o seu fluxo, no acontece mais cedo ou mais tarde, é o oposto da loucura, do pensamento fechado das ideias e expressões. No entanto há que ter em conta que a fronteira entre as duas formas de actividade é muito difícil de definir, portanto como foi escrito mais acima, é a possibilidade da escuta e de diálogo (mesmo em silêncio) que permite de esclarecer e ouvir a música. No desenho qual é a música que lá se entende quando para ele miramos?

(1)   Alvaro Magalhães, a propósito de um concerto de música contemporânea. 

Tahara 1974. Galeria Entre.Luiz da Rocha. Dobragens. Paris



sexta-feira, 4 de novembro de 2011


Já há bastante tempo que foram expostas dobragens da minha colecção. A qual colecção continua a aumentar, embora durante as minhas passeatas pelas rua de Paris, desde há mais de quatro anos encontro cada vez menos dobragens, talvez porque os serviços de limpeza da cidade tornaram-se demasiado eficazes para não distinguirem uma poética dobragem (as dobragens são sempre poéticas), dum papel sujo, un saco amarrotado, uma carta rasgada, uma embalagem de comida para gado, um bilhete de metro, uma lapiseira, ou uma lata esmagada. Ou então, os Anjos arranjaram maneira de não perderem penas, isto na hipotese que aqui pela cidade os anjos ainda por cá andariam. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma paixão. 
Ao fim e ao cabo, uma paixão é tão simples como ter a noção de viver na Via Láctea, e, apreciar isso para além de tudo o mais.. Não é todos os dias que tal acontece, mas surge entre sonhos, encontros, deslumbramentos simples e o longo periodo que passei na Escola da Gandaia (Tradução de École buissonnière). Penso que agora posso começar a establecer uma certa ordem nas notas, e, elementos recolhidos durante a minha conturbada existência na dita Via Láctea. Ontem esbocei a possibilidade do interesse inerente às coisas sem importância, como o são por exemplo, as dobragens espontâneas, as quais destingo dos sábios e escolares Origami. 
Uma dobragem é pois uma Pena de Anjo, ou também pode ser o que aqui neste cantinho da Via Láctea ficou de uma estrela cadente, aquela que recolheu certos desejos, que alguém formulou em silêncio. É um indice de um conto, de uma singularidade.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Hoje decidi de passar a escrever em português, isso talvez porque o dia outonal incita a tal. Continuo do mesmo modo a escrever sobre uma dimensão subtil, que é a das "Penas de Anjos". Penas de asas de Anjos, de sonhos, de visões, de gestos espontâneos e de certos objectos que dão corpo e dimensão a tais gestos. Mensagens para quem quiser ter a audácia de seguir essas coisas que parecem não ter nenhuma importância. 
Previligio as dobragens encontradas em lugares públicos ao acaso das minhas passeatas.
(Continua)....